sexta-feira, 31 de maio de 2013

Elenco de A Cidade dos Esquecidos

       

       Muito embora eles não saibam disso, esses são alguns dos atores e atrizes que um dia (talvez) interpretarão os personagens de A Cidade dos Esquecidos nos cinema ou em uma série de TV.







quinta-feira, 30 de maio de 2013

Estreia da 2° Temporada de A Cidade dos Esquecidos


       A segunda temporada de A Cidade dos Esquecidos estreia no dia 7 de junho (sábado). Não se esqueça de recordar a memória de lembrar-se dos esquecidos.

       Agora que Alexia tem em mãos o objeto capaz de trazer seu pai de volta à vida humana, as possibilidades são duvidosas.




"Emocionante, genial, extremamente ensaboada e tradicionalmente esquiva. Em outras palavras, quero uma cerveja."
Ulisses Alves

"Excelente para quem tem pouco tempo e má memória. Assim, o leitor pode se esquecer das baboseiras que leu assim que trespassar o ponto final de cada episódio."
Ulisses Alves


Ulisses Alves

Uma Noite Para Respirar

Dia 28

       - Nós temos outros produtos também, aqui, sabia? - disse a caixa do supermercado mascando seu chiclete.
       O rapaz sorriu e olhou para sua compra que consistia em um engradado de cervejas e uma garrafa de cachaça barata. Em seguida olhou para os demais corredores do supermercado.
       - Sim, mas nenhum deles me interessa.
       - Era o que meu finado avô sempre dizia.
       A caixa comentou com displicência.
       - Então é o que seu finado amigo está dizendo.
       Sorrindo pontuou a conversa e a caixa era uma menina prudente que nada disse, apenas avaliou o traseiro do rapaz que se distanciava com sua compra de embriagues.
       Naquela noite não chovia. Era uma agradabilíssima noite de verão e um vento delicioso soprava cada recanto da cidade, exceto na caverna do cemitério do Vale do Paraíso. Lá, um homem alto e maltrapilho apreciava um vinho de boa safra enquanto preparava o jantar, composto essencialmente por salada. Quando terminou sua refeição atentou aos gritos abafados nas profundezas da caverna. O suor escorria por sua face e ele bebeu com gosto o último gole de vinho em sua taça.



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sábado, 25 de maio de 2013

Noite de Verão

Dia 27

       - Essa chuva já está me dando nos nervos.
       Disse a menina com olhar sonhador para a negritude noturna, enquanto o rapaz olhava para ela com olhos ainda mais sonhadores. Quando ela voltou o olhar para dentro da sala e fechou a janela através da qual observava a chuva, o menino desviou o olhar abruptamente.
Ela sorriu surpresa e feliz.
       - Que foi?
       O rapaz, sempre fora bastante cínico e esboçou uma expressão de "que foi" de volta para ela, que ainda sorria um lindo sorriso.
       - Sei lá hein, você é estranho.
       De repente, ela se deteve olhando para ele e percebeu que não conseguia deixar de olhar. Ele, no entanto, desviava o olhar e olhava novamente os lindos olhos verdes dela. Por um estante ele pensou em esmeraldas e avaliou rapidamente em seu coração enegrecido que encontrara diante de si algo mais raro. Diamantes e esmeraldas eram raros, mas com certeza havia muito mais do que um par de cada um no mundo, enquanto aquele par de olhos mágicos eram os únicos de sua espécie.
       - Vem! - intimou-lhe a menina. - Vamos dar uma olhada na previsão do tempo, deve estar uns 40º C graus nessa merda.
       Muito embora a sensação térmica na cidade de Teresópolis naquele verão fosse cerca de 45º C, a moça do tempo no canal 3 informava uma máxima de 32° C para aquele dia.


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sábado, 18 de maio de 2013

O Fardo Mais Pesado

Dia 25

       Feito seu trabalho, com a culpa corroendo sua alma, tal qual a ferrugem corrói o aço, ele caminhou pelas ruas da cidade sem vontade de voltar para sua casa. Em sua mochila repousava silenciosamente a handycam prenha de imagens macabras. Sua mochila parecia pesar mais do que o normal e suas costas doíam absurdamente. Um trovão arranhou o céu, como se algum Deus do Olimpo pigarreasse pedindo atenção.
       Os demais habitantes da cidade ainda não haviam prestado atenção nos números. Muitas pessoas haviam desaparecido nesses últimos poucos dias e ninguém tomou consciencia da gravidade da situação. Como sempre, tomariam a decisão de perder o controle, e somente quando fosse tarde demais.
       O rapaz que editava reportagens na TV local, tivera o infortúnio de filmar, acidentalmente, um homem surrupiar uma pessoa em meio a multidão em plena luz do dia, durante um evento político ao qual fora enviado para cobrir. Mais tarde, esquecera-se dessa imagem. Porém, alguns dias depois, lembrou-se quando viu aquele mesmo homem, dono daquele olhar sombrio e tranquilo e, acima de tudo, ameaçador. Foi no final de uma tarde de sexta feira e ele de pronto foi tomado por um medo que nunca experimentara antes. Desde então ele percebeu que ter as imagens acusadoras daquele homem em suas mãos não era uma vantagem, não era uma carta na manga. Era uma maldição, um fardo traiçoeiro. Muitas vezes um pen drive é deixado em sua caixa de correio. Apenas o primeiro ele pôs no computador para saber do que se tratava e se deparou com imagens improvisadas da ação doentia daquele homem misterioso. O rapaz guardou todos os pen drives, por alguma razão que ele não avaliou, mas nunca mais ousou ver o conteúdo de nenhum deles.




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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Hora Extra

Dia 19

       O noticiário urgente da principal TV local da cidade de Teresópolis anunciava o desaparecimento de mais cinco pessoas naquela tarde de sábado. O rapaz da edição foi chamado via telefone enquanto bebia prazerosamente sua cerveja.
       A voz no telefone era educada, porém carente de simpatia. O rapaz, sem mais delongas, arrumou sua mochila e partiu para a TV.

       Quase no fim da tarde, ele conseguiu finalizar a arte de um gráfico animado para ilustrar o noticiário do fim do dia, e no gráfico constava a seguinte informação: 138.060 - 138.047.



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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Chuva

Dia 12

       - Esse é o melhor da chuva. - disse ele, olhando o aguaceiro que descia dos céus noturnos de Teresópolis. - sempre posso confiar plenamente na chuva.
       Virou-se e caminhou até o mausoléu. Mais tarde, estava descendo um longo túnel estreito. A escada que levava para baixo tinha os degraus arredondados devido a água que corria continuamente para as profundezas de sua morada sombria. Na cozinha, jazia sobre a bancada de madeira um livro velho. Apanhou uma caneta com manchas vermelhas enegrecidas sobre a mesa e anotou algo nas páginas encardidas. Havia saído por cerca de 15 minutos, somente para apreciar a chuva engolir a cidade e deixara o saco negro, que trouxera da rua esta noite, na porta, perto da dispensa. O conteúdo do saco ainda se movia. Largou a caneta, apanhou uma seringa dentro de uma gaveta e pôs-se a caminhar na direção do embrulho negro.
       Não era sua forma preferida de resolver a situação, mas em breve ele chegaria a uma condição satisfatória do que estava fazendo.

138.070 - 138.069



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