sábado, 20 de julho de 2013

Episódio 6

A Praia e a Luz da Lua

A lua estava linda e dominava o céu da noite daquela quinta feita. Ana estava encostada na motocicleta com os braços cruzados sobre os seios enquanto observava o universo até onde sua visão alcançava. Não era muito, mas era o suficiente. Podia ver com clareza estrelas que estavam à anos luz dali, um brilho que vinha de anos luz atrás. Ana se sentiu deixava para trás. O som das ondas que quebravam na praia ecoavam lindamente naquela noite onde o vento frio soprava seus cabelos e sacudia sua roupa. Ana fechou os olhos e decidiu observar a parte interna de suas pálpebras, contemplando o infinito mais próximo que podia acessar. Ana queria se encontrar novamente. Ao menos, gostaria de encontrar o local no tempo onde havia se perdido. Constatou, num momento, que na verdade, foi seu mundo que a perdera de vista. Ela sabia exatamente onde estava, sempre soube. Porém, sua vida, havia se desencontrado de seus desejos e isso a deixou desconexa das satisfações que flutuavam pela cidade. Ulisses nunca fora mais do que uma satisfação flutuando, percebeu Ana. Segurá-lo e segurar-se à ele fora um erro. Amá-lo, sem estimar um período para isso, ainda mais um período de tempo tão longo fora um equívoco desastroso para si mesma e para a sua família.
- Ana. - chamou Ulisses. - Eu te amo! - completou.
Ana foi pega de surpresa e não soube o que dizer.
- Não sei o que dizer, Ulisses. - revelou, perplexa. - Não precisa dizer nada, Ana. Eu simplesmente te amo. Naturalmente, Ana sucumbiu à essas palavras.
As ondas quebravam-se na praia e esse som encheu Ana de entusiasmo e o entusiamos de Ana entusiasmou Ulisses. - Vamos para casa fazer uma nova filha? - convidou Ulisses. - Como sabe que será uma filha, Ulisses? - perguntou Ana divertindo-se com a empáfia de seu marido. - Eu não sei. Ana tentou abraçar e beijar seu marido romanticamente, mas seus braços ultrapassaram seu conjugue e cruzaram-se no ar. Porém, Ana não se importou nem um pouco com essa situação e confiou em sua imaginação. Quando fechou os olhos, envolveu o pescoço de seu marido e beijou-o calorosamente. Um homem vestido de terno, gravata e sapatos muito bem limpos observava uma moça loira e linda beijar apaixonadamente um semelhante dourado na areia da praia, sob um luar incrível, encostados à uma incrível motocicleta.





"Há doenças que caminham na escuridão; e há anjos exterminadores, que voam envoltos nas cortinas de imaterialidade e uma natureza reservada; a quem não podemos ver, mas cuja força sentimos, e afundamos sob suas espadas."
(Jeremy Taylor, "Sermão de Um Funeral", em Cidade dos Anjos Caídos, de Cassandra Clare) 

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